Há cerca de uma semana que um grupo de estivadores precários está em guerra laboral com a Operestiva – Empresa de Trabalho Portuário de Setúbal – , o que levou à paralisação do Porto de Setúbal, afetando várias empresas, nomeadamente a Autoeuropa, considerada uma das maiores exportadoras nacionais.
A paragem dos estivadores pode levar à paragem da Autoeuropa se a fábrica não conseguir armazenar os carros produzidos nos parques que tem em Palmela, no porto saudino e até na base Aérea do Montijo, a Volkswagen pode ter que parar as máquinas por falta de espaço para os automóveis. Há viaturas paradas à espera de embarcar para o estrangeiro.
Segundo o jornal Público, a paragem dos estivadores “já implicou o não envio de cerca de seis mil unidades para o seu mercado de destino”. Em situação limite, a situação pode “colocar em cauda a operação da fábrica, [quando for] atingida a capacidade máxima de armazenamento de carros produzidos”, refere uma fonte oficial da fábrica da Volkswagen em Portugal ao jornal.
Um grupo de trabalhadores precários está em greve e recusa-se a trabalhar enquanto os patrões da Operestiva não fizerem um contrato coletivo. Os trabalhadores são contratados ao dia pela empresa. Nos dois terminais afetados, há dez contratos a termo para 90 trabalhadores eventuais.
A empresa ainda tentou assinar contratos individuais com 30 trabalhadores, mas no seguimento dessa intenção, vários estivadores deixaram de ir trabalhar e afirmam que só regressam ao trabalho quando os patrões anularem os contratos assinados, avança o mesmo jornal.
A Associação dos Agentes de Navegação de Portugal acusa os estivadores de não ter existido qualquer pré-aviso de greve. Em resposta, os trabalhadores afirmam que como são precários, não têm direitos, logo também não têm o dever de avisar atempadamente a entidade patronal. A Autoridade para as Condições do Trabalho está a averiguar alegadas coações sobre os trabalhadores que querem trabalhar e a exigência de que sejam rasgados contratos já assinados, avança a TSF.