Uma carreata marcou ontem o início da peregrinação da imagem de Nossa Senhora do Carmo pelas mais de 130 paróquias da Arquidiocese de Olinda e Recife. A peregrinação, que deve seguir até o segundo semestre deste ano, celebra o centenário da coroação canônica da santa, ocorrida no dia 21 de setembro de 1919. A carreata percorreu o trecho entre o Pátio do Carmo, no Centro da capital pernambucana, e a Catedral da Sé, em Olinda, e terminou com uma missa. A imagem peregrina da Virgem do Carmo é a mesma que anualmente, no mês de julho, segue em procissão pelas ruas do centro do Recife na tradicional Festa do Carmo. A iniciativa, coordenada pela Província Carmelitana de Pernambuco, não se limitará à exposição da imagem nas paróquias. A programação referente à coroação, realizada no
dia 21 de setembro de 1919, inclui hospitais e casas públicas dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Em Olinda, a imagem permanece até o dia 31 de março, seguindo depois para o município de Igarassu.
Os festejos pelo centenário da coroação começaram em setembro do ano passado e continuam até setembro deste ano. Além da peregrinação, o programa prevê um congresso mariano, com palestras e workshops para os fiéis, no mês de maio. “É um tempo de muita festa, graças e comemoração”, afirma o coordenador da peregrinação, frei Nilton Santos. Um dos objetivos da peregrinação, segundo o frade, é aproximar a “Mãe do Carmelo” dos devotos no território da arquidiocese. Nossa Senhora do Carmo foi declarada padroeira secundária do Recife em 1909. O primeiro padroeiro é Santo Antônio.
A peregrinação está dividida em etapas. A primeira parte, iniciada ontem, segue até 5 de julho. Do dia 6 até o dia 16 de julho, data em que os católicos homenageiam a padroeira do Recife com uma grande procissão, as atenções se voltam para a Festa do Carmo. A peregrinação volta a acontecer no início de agosto, seguindo até o dia 20 de setembro.
A coroação canônica de Nossa Senhora do Carmo foi um grande evento religioso no Recife. Em setembro de 1919, a imagem doada por Maria I, rainha de Portugal de Algarves de 1777 a 1815, saiu da Igreja do Carmo, desfilou pelas ruas centrais da capital e foi coroada solenemente no Parque 13 de Maio, na Boa Vista, com a presença de 34 bispos brasileiros. Três anos após a coroação, os frades carmelitas iniciaram uma campanha para a Igreja do Carmo receber o título de Basílica, o que aconteceu em 1921.