Em uma visita à Ilha do Campeche, em Florianópolis (SC), a pesquisadora Aline Gasco, da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP), encontrou algo surpreendente: um grupo de quatis usando produtos voltados à higiene humana, como sabonetes, sabões e até detergentes e desengordurantes.
Pesquisas anteriores já haviam descoberto que os quatis sulamericanos costumam esfregar em seus corpos artrópodes, como o piolho-de-cobra, e secreções de plantas que, acreditam os biólogos, servem para repelir mosquitos e carrapatos.
Com a ajuda de outros especialistas, Gasco chegou à hipótese de que eles tenham começado a utilizar os produtos humanos – provavelmente deixados por turistas e locais – com o mesmo fim. Mas continua estudando o fenômeno.
Segundo ela, no entanto, a exposição dos animais a esses químicos pode provocar intoxicação – além de usá-los externamente, alguns também foram flagrados comendo sabonetes.