A ficha foi entregue aos alunos do 5º ano de escolaridade da Escola EB 2,3 Francisco Torrinha, no Porto. Inclui nove perguntas. Às crianças não se pede a identificação, mas pede-se que indiquem a idade, a identidade de género, a nacionalidade.
Seguem-se questões pessoais: namoras, já namorastes? E depois, a questão que está a gerar mais polémica. Aos alunos pergunta-se se sentem atração por homens, mulheres ou ambos.
A folha, de tamanho A4, não faz qualquer referência à escola, nem ao agrupamento, nem ao Ministério da Educação. Não se sabe, por agora, em que contexto foi entregue aos alunos de 9 anos e 10 anos. Segundo a agência Lusa, vários encarregados de educação dizem que terá sido numa aula da disciplina de Cidadania, e a pelo menos uma turma.
A ficha sóciodemográfica, assim é apresentada, depressa começou a circular nas redes sociais, com vários comentários em tom crítico e de indignação.
Contactado pela TSF, o Ministério da Educação diz não ter conhecimento do inquérito. Fonte da tutela esclarece, por agora, que se trata de um caso isolado, adiantando, ainda, que o ministério já pediu mais informações junto do agrupamento de escolas Garcia de Orta, do qual faz parte a Escola EB 2,3 Francisco Torrinha.
A TSF já tentou contactar o diretor do agrupamento escolar, até agora sem sucesso.
Pais consideram inquérito “desadequado”
A Associação de Pais da Escola Básica Francisco Torrinha, no Porto, considerou hoje “desadequado” o inquérito em que “uma turma do 5.º ano” é questionada sobre a sua opção sexual, indicando que será a tutela a “esclarecer a situação”.
“O inquérito é, de facto, desadequado para uma turma do 5.º ano, mas os pais estão calmos e a maior parte dos alunos não percebeu bem a questão que lhe foi colocada. O Ministério da Educação [ME] está a par e vai agora tentar esclarecer a situação”, disse à Lusa uma representante da associação de pais.
A Associação de Pais da Escola Francisco Torrinha explica que o inquérito, feito “a apenas uma turma”, se enquadra “no tema da Educação para a Igualdade de Género”, previsto no programa nacional da disciplina de Cidadania.
“Consideramos que o inquérito é desadequado, mas também que o caso não precisava de tomar as proporções que tomou”, frisou a representante dos pais.